Minha desgraça, não, não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
E meu anjo de Deus,
o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco….
Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro….
Eu sei….
O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem me dera!) é o dinheiro….
Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema,
E não ter um vintém para uma vela.
Álvares de Azevedo
quinta-feira, 19 de março de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário