tag:blogger.com,1999:blog-53892063729007970292024-03-04T20:17:31.644-08:00RaahRaahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-24899740059384044522009-09-12T08:45:00.000-07:002009-09-12T09:15:08.987-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitiHcownmJJz9XFO950rqcAjsZxGghg5wY9k5P9MDpJySjjyN3_khyphenhyphenzAOID2Y2p01O4Jum2dJA0lpf4bj7hnm7alBC23f3MtojrH_WOPSroJo28kfdxDVj3RL1pXj_MEkmGWoqMkNzVnDa/s1600-h/geo-obj-img7_mafalda.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380615210579220578" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 289px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitiHcownmJJz9XFO950rqcAjsZxGghg5wY9k5P9MDpJySjjyN3_khyphenhyphenzAOID2Y2p01O4Jum2dJA0lpf4bj7hnm7alBC23f3MtojrH_WOPSroJo28kfdxDVj3RL1pXj_MEkmGWoqMkNzVnDa/s320/geo-obj-img7_mafalda.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-52709274643660015692009-09-12T08:36:00.000-07:002009-09-12T08:44:58.749-07:00O CORVONuma meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,E já quase adormecia, ouvi o que pareciaO som de algúem que batia levemente a meus umbrais."Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.<br />É só isto, e nada mais."<br />Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dadaP'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,<br />Mas sem nome aqui jamais!<br />Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxoMe incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.<br />É só isto, e nada mais".<br />E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.<br />Noite, noite e nada mais.<br />A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.<br />Isso só e nada mais.<br />Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais."Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.<br />"É o vento, e nada mais."<br />Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,<br />Foi, pousou, e nada mais.<br />E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amarguraCom o solene decoro de seus ares rituais."Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.Mas deve ser concedido que ninguém terá havidoQue uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,<br />Com o nome "Nunca mais".<br />Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamentoPerdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortaisTodos - todos já se foram. Amanhã também te vais".<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />A alma súbito movida por frase tão bem cabida,"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandonoSeguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais<br />Era este "Nunca mais".<br />Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneiraQue qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,<br />Com aquele "Nunca mais".<br />Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendoÀ ave que na minha alma cravava os olhos fatais,Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinandoNo veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,<br />Reclinar-se-á nunca mais!<br />Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incensoQue anjos dessem, cujos leves passos soam musicais."Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-teO esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atraisSe há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vidaVerá essa hoje perdida entre hostes celestiais,Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"<br />Disse o corvo, "Nunca mais".<br />E o corvo, na noite infinda, está ainda, está aindaNo alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.Seu olhar tem a medonha cor de um demônio que sonha,E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,<br />Libertar-se-á... nunca mais!<br /><em>Fernando Pessoa</em>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-28815299302042267882009-09-12T08:35:00.000-07:002009-09-12T08:36:33.138-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVEZSOL3zsPKKT_BNHKPethSKc6S4QRZkM0EEOVaZ5tHArMeVn9MB21ryiRgK9bXAPe7L8TJlOrrCWZkPwL8MzuNDPY7qK3AxrOBBPW7AVoD0liXxV_VghjCQYFx9aynKbIFrbgjqjRlcf/s1600-h/RaphCowper.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380605043646139538" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 216px; CURSOR: hand; HEIGHT: 288px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVEZSOL3zsPKKT_BNHKPethSKc6S4QRZkM0EEOVaZ5tHArMeVn9MB21ryiRgK9bXAPe7L8TJlOrrCWZkPwL8MzuNDPY7qK3AxrOBBPW7AVoD0liXxV_VghjCQYFx9aynKbIFrbgjqjRlcf/s320/RaphCowper.jpg" border="0" /></a><br /><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div><em>Cowper Madonna, 1504 </em></div><div><em>Rafael Sanzio</em></div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-63546640364321699032009-09-12T08:33:00.001-07:002009-09-12T08:33:11.014-07:00O AdeusHoje eu sei porque a um tempo atrás eu não fui embora,<br />Não fui porque temia sentir essa dor que estou sentindo agora...<br />Temia dizer adeus...<br />Temia te perder.<br /><br />Hoje a fome não me dói..<br />A cede não me importa...<br />O sono não me encontra...<br />As cores não existem...<br />Os sons não me agradam...<br />O tempo não passa...<br />A minha mente não descansa...<br />A sua falta me preocupa...<br />A saudade me consome...<br />A vida me perde....<br /><br />Difícil e conseguir andar pra frente quando você perde o motivo pelo qual caminha...<br />Difícil olhar para trás e saber que o tempo não retorna...<br />Difícil não entender e tentar explicar...<br />Difícil e perder e não poder chorar...<br />Difícil e saber e não querer acreditar...<br /><br />Rafael TorresRaahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-50443883997527766442009-09-12T08:31:00.001-07:002009-09-12T08:31:39.050-07:00As sem-razões do amorEu te amo porque te amo,<br />Não precisas ser amante,<br />e nem sempre sabes sê-lo.<br />Eu te amo porque te amo.<br />Amor é estado de graça<br />e com amor não se paga.<br /><br />Amor é dado de graça,<br />é semeado no vento,<br />na cachoeira, no eclipse.<br />Amor foge a dicionários<br />e a regulamentos vários.<br /><br />Eu te amo porque não amo<br />bastante ou demais a mim.<br />Porque amor não se troca,<br />não se conjuga nem se ama.<br />Porque amor é amor a nada,<br />feliz e forte em si mesmo.<br /><br />Amor é primo da morte,<br />e da morte vencedor,<br />por mais que o matem (e matam)<br />a cada instante de amor.<br /><br />Carlos Drummond de AndradeRaahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-71236094166742925212009-09-12T08:10:00.000-07:002009-09-12T08:12:16.490-07:00Escolas LiterariasEscola Literária ou Movimento Literário é o nome dado a todos os acontecimentos históricos envolvendo a literatura desde a invenção da escrita até os dias atuais. Os movimentos são divididos da seguinte forma:<br />· Trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em que Portugal começou a despontar como nação independente, no século XII; porém, as suas origens deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente toda a Europa. Apesar disso, a lírica medieval galaico-português possuiu características próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores conservados.<br />· O pensamento Humanista baseou-se no antropocentrismo. Se antes Deus e a Igreja guiavam o Homem e seus passos, agora o Homem, por si só, obedecia a reflexão mais aprofundada para discenir seus caminhos. O pensamento Humanista fez ressurgir na cultura européia a filosofia greco-romana. Não obstante o grande avanço do pensamento Humanista, este restringiu-se à filosofia e à literatura, não englobando outros setores como as artes plásticas, por exemplo.<br />· O classicismo é um movimento cultural que valoriza e resgata elementos artísticos da cultura clássica (greco-romana). Características do Classicismo:<br />- Valorização dos aspectos culturais e filosóficos da cultura das antigas Grécia e Roma;<br />- Influência do pensamento humanista;<br />- Antropocentrismo: o homem como o centro do Universo;<br />- Críticas as explicações e a visão de mundo pautada pela religião;<br />- Racionalismo: valorização das explicações baseadas na ciência;<br />- Busca do equilíbrio, rigor e pureza formal;<br />- Universalismo: abordagem de temas universais como, por exemplo, os sentimentos humanos.<br />· O Quinhentismo corresponde ao estilo literário que abrange todas as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu descobrimento, durante o século XVI. É um movimento paralelo ao Classicismo português e possui idéias relacionadas ao Renascimento, que vivia o seu auge na Europa. A literatura do Quinhentismo tem como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista material, na forma da literatura informativa das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante da política portuguesa da Contra-Reforma e representada pela literatura jesuítica da Companhia de Jesus.<br />· O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade ocidental, ocorrido desde meados do século <a title="Século XVI" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI">XVI</a> até ao século <a title="Século XVIII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII">XVIII</a>. Foi inspirado no fervor religioso e na passionalidade da <a title="Contra-reforma" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Contra-reforma">Contra-reforma</a>. Didaticamente falando, o Período barroco, vai de <a title="1580" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1580">1580</a> a <a title="1756" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/1756">1756</a>.O termo "barroco" advém da palavra portuguesa homónima que significa "pérola imperfeita", ou por extensão jóia falsa. A palavra foi rapidamente introduzida nas línguas francesa e italiana.<br />· O arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no século XVIII. O nome dessa escola é uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na Grécia, tida como ideal de inspiração poética. No Brasil, o movimento árcade toma forma a partir da segunda metade do século XVIII. A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica).<br />· Romantismo foi um movimento <a title="Arte" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte">artístico</a>, <a title="Política" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica">político</a> e <a title="Filosofia" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia">filosófico</a> surgido nas últimas décadas do <a title="Século XVIII" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII">século XVIII</a> na <a title="Europa" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa">Europa</a> que perdurou por grande parte do <a title="Século XIX" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX">século XIX</a>. Caracterizou-se como uma <a title="Visão de mundo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Vis%C3%A3o_de_mundo">visão de mundo</a> contrária ao <a title="Racionalismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Racionalismo">racionalismo</a> que marcou o período <a title="Neoclassicismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Neoclassicismo">neoclássico</a> e buscou um <a title="Nacionalismo" href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalismo">nacionalismo</a> que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-45512090863349045992009-09-12T08:09:00.000-07:002009-09-12T08:10:26.680-07:00Questões citadas em sala 11/07Metáfora é a figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora.<br /><br />A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:<br />1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. ( = Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.)<br />2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. ( = As lâmpadas iluminam o mundo.)<br /><br />Paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade". A identificação de um paradoxo baseado em conceitos aparentemente simples e racionais tem, por vezes, auxiliada significativamente o progresso da ciência, filosofia e matemática.<br /><br />Antítese é uma figura de linguagem (figuras de estilo) que consiste na exposição de idéias opostas. Ocorre quando há uma aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos. Esse recurso foi especialmente utilizado pelos autores do período Barroco. O contraste que se estabelece serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envolvidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos mesmos. É uma figura relacionada e muitas vezes confundida com o paradoxo. Várias antíteses podem ser feitas através de Amor e Ódio, Sol e Chuva, Paraíso e Inferno, Deus e Diabo.<br /><br />Campo semântico é conjunto de palavras unidas pelo sentido. Por exemplo, o campo semântico de mãe inclui: mãe-de-família, mãe-de-santo, mãe solteira, terra-mãe, mãe-de-água,… Deve-se evitar a confusão entre campo semântico e campo associativo ou conceptual, porque este não dá conta das relações lingüísticas entre os termos considerados. O campo semântico é, pois, toda a área de significação de uma palavra ou de um grupo de palavras.<br /><br />Hiponímia é exatamente o contrário, o oposto da hiperonímia: É a palavra que indica cada parte ou cada item de um todo. Bem-te-vi, curió, patativa etc. constituiem um caso de hiponímia, visto que cada uma destas palavras é parte um todo. - neste caso o todo a ela correspondente será a palavra ave.<br /><br />Hiperonímia é a palavra que dá idéia de um todo, do qual se origianam várias partes ou ramificações. A palavra religião é um todo, ao qual estão ligados todos os tipos de religião<br /><br />Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.<br />Ex.: Ele ocupa um alto posto na empresa.<br />Abasteci meu carro no posto da esquina.<br /><br />Ambigüidade é um dos problemas que podem ser evitados na redação. Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na interpretação do texto.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-13305427254177167912009-06-19T15:25:00.000-07:002009-06-19T15:26:56.661-07:00Questões citadas em sala<p><br />O que é parágrafo?<br />É uma unidade de discurso construída por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos.<br /><br />Como me utilizar de vírgulas?<br />A vírgula deve ser usada para separar sujeitos, verbos, complementos ou circunstancias que não estejam ligadas por conjunção.<br /><br />Como me utilizar de ponto?<br />É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Também é utilizado em abreviaturas.<br />Como me utilizar de ponto e vírgula?<br />O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. Empregadas em: itens de uma enumeração, aumento da pausa antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia -, e substituir a vírgula. <br /><br />O que é aposto?<br />É uma palavra ou expressão que explica ou que se relaciona com um termo anterior com a finalidade de esclarecer, explicar ou detalhar melhor esse termo.<br /><br />O que é adjunto adverbial deslocado?<br />É um termo da oração que se liga ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.<br /><br />O que é morfologia; sintaxe; fonética?<br />Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. Sintaxe é a parte da lingüística que estuda a disposição das palavras na frase e da frase no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Fonética estuda os sons emitidos pelos seres humanos para efetivar a comunicação.<br /><br />Há erro em: “Isto é para mim fazer?”?<br />Quando tem verbo no final da frase o certo é usar “eu”. “Mim” nunca deve estar no meio da frase e sim no final.<br /><br />O que é “nome” em gramática?<br />Um nome é qualquer palavra passível de sofrer um tipo de declinação denominado flexão nominal.<br /><br />O que é pronome?<br />Pronome é classe de palavra que acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar uma das três pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.<br /><br />Para que serve os pronomes do caso reto e do caso obliquo?<br />Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal, ou seja, objeto direto ou objeto indireto.<br /><br />O que é gramática prescritiva?<br />As gramáticas prescritivas ou normativas são manuais que ditam as regras lingüísticas da variedade-padrão de uma língua.<br /><br />O que é gramática descritiva?<br />A gramática descritiva é uma gramática que se propõe a descrever as regras de como uma língua é realmente falada, a despeito do que a gramática normativa prescreve como "correta”.<br /><br />O que é projeto NURC?<br />Norma Urbana Culta, que tem como objetivo de documentar e descrever a norma objetiva do português culto falado em cinco capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.<br /><br />O que é em gramática, figura de linguagem?<br />Figuras de linguagem são estratégias literárias que um escritor pode aplicar em determinado texto com o objetivo de fazer um efeito determinado na interpretação do leitor, são formas de expressão que caracterizam formas globais no texto.<br /><br />O que é metáfora?<br />Metáfora é uma figura de estilo , em que há a substituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado.<br /><br />O que é símile?<br />Retórica Comparação ou confronto que se estabelece entre dois seres ou fatos em que o espírito percebe alguma relação de similaridade; comparação.<br /><br />O que é aliteração?<br />Aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de vogais verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas.<br /><br />O que é assonância?<br />Repetição dos mesmos sons vocálicos, em situação de sílaba tónica.<br /><br />O que é onomatopéia?<br />Onomatopéia é uma figura de linguagem na qual se imita um som com um fonema ou palavra.<br /><br />O que é paráfrase?<br />Paráfrase consiste em, reescrever com suas palavras as idéias centrais de um texto.<br /><br />O que é parodia?<br />A Paródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.<br /><br /><br /><br /><br /><br /> </p>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-73863607487592676852009-06-19T14:33:00.001-07:002009-06-19T14:34:05.058-07:00A Baposa e o Rode<div align="left"> Millôr Fernandes<br />Por um asino do destar, uma rapiu caosa, certo dia, num pundo profoço, do quir não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e vosa a rapendo foi mordade pela curiosidido. "Comosa rapadre" -- perguntou -- "que ê que vocé esti faza aendo?". "Voção entê são nabe?" respondosa a mapreira rateu. "Vem aí a mais terrêca sível de tôda a histeste do nordória. Salti aquei no foço dêste pundo e guardarar a ei que brotágua sim pra mó. Mas, se vocér quisê, como e mau compedre, per me fazia companhode". Sem pensezes duas var, o bem saltode tambou no pundo do foço. A rapaente imediatamosa trepostas nas coulhes, apoifre num dos xides do bou-se e salfoço tora do fou, gritando: "Adrade, compeus".<br />MORAL: Jamie confais em quá estade em dificuldém.</div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-24947868502050807862009-06-19T13:52:00.000-07:002009-06-19T14:36:56.980-07:00Poesia concretista<div align="center"><span style="color:#000000;"><strong>E X T O R S Ã O M E D I A N T E S E Q U E S T R O<br /></strong></span><span style="color:#333333;"><strong>T R Á F I C O D E E N T O R P E C E N T E S<br /></strong></span><span style="color:#666666;"><strong><span style="color:#333333;">P R O S T I T U I Ç Ã O I N F A N T I L</span><br /></strong></span><span style="color:#666666;"><strong>L A V A G E M D E D I N H E I R O<br /></strong></span><span style="color:#666666;"><strong>H O M I C Í D I O D O L O S O<br /></strong></span><span style="color:#999999;"><strong>C O N T R A B A N D O<br /></strong></span><strong><span style="color:#999999;">I M P U N I D A D E<br /></span><span style="color:#c0c0c0;">C O R R U P Ç Ã O</span><br /><span style="color:#cccccc;">E D U C A Ç Ã O</span><br /></strong></div><div align="left">Victor Az. </div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-76805641814188293412009-06-19T13:22:00.000-07:002009-06-19T13:23:54.777-07:00~ NURC - Norma Urbana Culta.cFundação<br />O Projeto da Norma Lingüística Urbana Culta foi criado, em âmbito nacional, em 1969, com a indicação dos coordenadores para as cinco cidades em que se desenvolveria o projeto, selecionadas de acordo com os seguintes critérios: ter pelo menos um milhão de habitantes e estratificação social suficiente para atender às exigências do projeto. A coordenação do projeto no Recife coube ao professor José Brasileiro Tenório Vilanova, titular de Língua Portuguesa na Universidade Federal de Pernambuco. No Recife, os trabalhos começaram oficialmente em 1971, com a seguinte equipe: Amara Cristina de Barros e Silva Botelho, Adair Pimentel Palácio, Edileuza dos Santos Dourado, Eneida Martins de Oliveira, Glécia Benvindo Cruz, José Ricardo Paes Barreto, Maria Núbia da Câmara Borges e Maria da Piedade Moreira de Sá. O Projeto NURC se insere na linha de pesquisa “Análise Sócio-Pragmática do Discurso, do PPGLetras.<br /><br />Objetivo<br />O Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta (Projeto NURC) tinha inicialmente o objetivo de documentar e descrever a norma objetiva do português culto falado em cinco capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. A partir de 1985, considerando as novas tendências de análise lingüística, ampliou-se o escopo do projeto, no sentido de abraçar outros aspectos, tais como: análise da conversação, análise da narrativa, análise sócio-pragmática do discurso e outros.<br /><br />Infraestrutura<br />O NURC-RE funciona numa sala ampla, situada no prédio do Centro de Artes e Comunicação (CAC) com um pequeno acervo de livros, teses e dissertações, uma bancada com dois computadores ligados à internet e uma impressora multifuncional, além de dois gravadores de rolo (já bastante antigos). Possui um ambiente para reuniões de pesquisa e três pequenas salas para os pesquisadores. Embora modestos, os recursos são suficientes para que se possa ir levando adiante a pesquisa.<br /><br />Pesquisadores atuais<br />•Ana Maria de Araújo Lima<br />•Dóris de Arruda Carneiro da Cunha<br />• Maria da Piedade Moreira de Sá<br />•Miguel José Alves de Oliveira Junior<br />•Rose Mary do Nascimento Fraga<br /><br />Participação Discente (em fluxo contínuo)<br />Duas bolsistas de Iniciação Científica.<br /><br />Repercussões<br /><br />• Produção científica:<br />O NURC-RE já produziu grande número de trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais, além de publicações em anais de congresso, em livros e revistas científicas. O material coletado pelo Projeto tem sido utilizado em aulas da graduação e da pós-graduação em Letras. Já foram publicados dois volumes contendo amostras de entrevistas do tipo DID (diálogo entre informante e documentador), volume 1 e do tipo EF (elocução formal: aulas, palestras, etc.) volume 2. Essas publicações, bem como os registros sonoros fazem parte, atualmente, do acervo de algumas bibliotecas brasileiras e estrangeiras. O acervo do Projeto NURC-RE consta de 346 inquéritos, 417 informantes e aproximadamente 290 horas de gravação. Por fim, o material que constitui o acervo do NURC já serviu de corpus a teses de doutorado e dissertações de mestrado.<br /><br />• Formação de Recursos Humanos<br />Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Projeto, sobretudo nos primeiros anos da pesquisa, para a concessão de bolsas pela PROPESQ e pelo CNPq, os bolsistas de aperfeiçoamento e de iniciação científica que já trabalharam no NURC-RE somam um total de aproximadamente 60 pesquisadores-estagiários, dos quais grande parte continuou seus estudos de pós-graduação em universidades brasileiras ou estrangeiras. Temos atualmente cinco ex-bolsistas doutores e quinze mestres, dos quais alguns já se encontram cursando o doutorado.<br /><br />Principais Linhas de Pesquisa<br /><br />1. Análise da Narrativa: estudo de narrativas inseridas na conversação (entrevistas), sob diferentes aspectos, tais como: organização interna, características e função, com especial atenção ao papel desempenhado pela avaliação, na terminologia de Labov. Observa-se como as narrativa se vinculam à ou se encaixam na conversação.<br /><br />2. Análise Crítica do Discurso: Estudo dos aspectos discursivos e ideológicos presentes nas entrevistas (DID, D2, EF). São considerados também os aspectos argumentativos e pragmáticos, a intertextualidade e a organização interacional e sintática.<br /><br />3. A metalinguagem na conversação: análise dos aspectos formais, discursivos, culturais e ideológicos da conversação. A metalinguagem será estudada como uma manifestação de intertextualidade, o que alarga o campo de abrangência do fenômeno e amplia o espectro de possibilidades de suas realizações e funções.<br /><br />4. Relações intra-oracionais na conversação. Análise das funções textual-discursivas desempenhadas pela combinação das orações, no texto conversacional.<br /><br />Projetos individuais em andamento<br />A metalinguagem na conversação: aspectos discursivos (Sá)<br />Aspectos pragmático-discursivos da narrativa (Sá)<br />A metalinguagem na conversação: aspectos formais (Lima)<br />A metalinguagem na conversação: aspectos ideológicos e culturais (Fraga)Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-21810927229886925132009-06-14T17:06:00.000-07:002009-06-14T17:32:56.767-07:00Millôr Fernandes<p>Discurso de Deus a Eva<br /> <br /><br />"... Eva, de repente, descobrindo uma bela cascata, resolveu tomar um banho de rio. A criação inteira veio então espiar aquela coisa linda que ninguém conhecia. E quando Eva saiu do banho, toda molhada, naquele mundo inaugural, naquela manhã primeval, estava realmente tão maravilhosa que os anjos, arcanjos e querubins, ao verem a primeira mulher nua sobre a Terra, não se contiveram, começaram a bater palmas e a gritar, entusiasmados: "O AUTOR! O AUTOR! O AUTOR!".<br /><br />"P.S. - Este discurso do Todo-Poderoso está sendo divulgado pela primeira vez em todos os tempos, aqui neste livro. Nunca foi publicado antes, nem mesmo pelo seu órgão oficial, A BÍBLIA."<br /><br /><br />"Minha cara,<br /><br />eu te criei porque o mundo estava meio vazio, e o homem, solitário. O Paraíso era perfeito e, portanto, sem futuro. As árvores, ninguém para criticá-las; os jardins, ninguém para modificá-los; as cobras, ninguém para ouvi-las. Foi por isso que eu te fiz. Ele nem percebeu e custará os séculos para percebê-lo. É lento, o homenzinho. Mas, hás de compreender, foi a primeira criatura humana que fiz em toda a minha vida. Tive que usar argila, material precário, embora maleável. Já em ti usei a cartilagem de Adão, matéria mais difícil de trabalhar, mais teimosa, porém mais nobre. Caprichei em tuas cordas vocais, poderás falar mais, e mais suavemente. Teu corpo é mais bem acabado, mais liso, mais redondo, mais móvel, e nele coloquei alguns detalhes que, penso, vão fazer muito sucesso pelos tempos a fora. Olha Adão enquanto dorme; é teu. Ele pensara que és dele. Tu o dominarás sempre. Como escrava, como mãe, como mulher, concubina, vizinha, mulher do vizinho. Os deuses, meus descendentes; os profetas, meus public-relations, os legisladores, meus advogados; proibir-te-ão como luxúria, como adultério, como crime, e até como atentado ao pudor! Mas eles próprios não resistirão e chorarão como santos depois de pecarem contigo; como hereges, depois de, nos teus braços, negarem as próprias crenças; como traidores, depois de modificarem a Lei para servir-te. E tu, só de meneios, viverás.<br /><br />Nasces sábia, na certeza de todos os teus recursos, enquanto o Homem, rude e primário, terá que se esforçar a vida inteira para adquirir um pouco de bens que depositará humildemente no teu leito. Vai! Quando perguntei a ele se queria uma Mulher, e lhe expliquei que era um prazer acima de todos os outros, ele perguntou se era um banho de rio ainda melhor. Eu ri. O homem e um simplório. Ou um cínico. Ainda não o entendi bem, eu que o fiz, imagina agora os seus semelhantes.<br /><br />Olha, ele acorda. Vai. Dá-me um beijo e vai. Hmmmm, eu não pensava que fosse tão bom. Hmmmm, ótimol Vai, vai! Não é a mim que você deve tentar, menina! Vai, ele acorda. Vem vindo para cá. Olha a cara de espanto que faz. Sorri! Ah, eu vou me divertir muito nestes próximos séculos!"</p><p> </p><p>Ps.: Nossa , o melhor texto de Millôr Fernandes que já li. Alem de muito poetico ele nos da um toque de humor com os deboches que ele faz ao homem. ADOREI *-*</p><p> </p>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-34607496421112387602009-06-09T16:51:00.000-07:002009-06-09T16:53:08.412-07:00Oswaldo de Andrade<p>PRONOMINAIS<br /><br />Dê-me um cigarro</p><p>Diz a gramática</p><p>Do professor e do aluno</p><p>E do mulato sabido</p><p>Mas o bom negro e o bom branco</p><p>Da Nação Brasileira</p><p>Dizem todos os dias</p><p>Deixa disso camarada</p><p>Me dá um cigarro.</p>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-33518323983006021682009-06-06T16:11:00.000-07:002009-06-06T16:29:31.782-07:00Glauco Mattoso<strong>Decadente</strong><br /><br />Existe uma nobresa de declíneo<br />que só quem é maldito reconhece.<br />Tal como haver pecado numa prece<br />ou arte, como em Quincey, no assasínio.<br /><br />Requinte e perversão é meu domínio.<br />O conde anão que até a sarjeta desce.<br />A cortesã que manda e que obecede.<br />O senador que explora o lenocínio.<br /><br />Alcovas. Vinhos finos. Poesia.<br />Bocage, Botto e Piva à cabeceira.<br />Chamemos de luxuria a putaria!<br /><br />Um tal contexto é a sopa pra quem queira<br />deita-lhe o mel da tara que lhe vicia:<br />sadomasoquismo na segueira.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-6174174562398820572009-06-06T15:52:00.001-07:002009-06-06T15:52:52.148-07:00Gregório de MatosSegunda Impaciência Do Poeta<br /><br />Cresce o desejo, falta o sofrimento,<br />Sofrendo morro, morro desejando,<br />Por uma, e outra parte estou penando<br />Sem poder dar alívio a meu tormento.<br />Se quero declarar meu pensamento,<br />Está-me um gesto grave acobardando,<br />E tenho por melhor morrer calando,<br />Que fiar-me de um néscio atrevimento.<br />Quem pretende alcançar, espera, e cala,<br />Porque quem temerário se abalança,<br />Muitas vezes o amor o desiguala.<br />Pois se aquele, que espera se alcança,<br />Quero ter por melhor morrer sem fala,<br />Que falando, perder toda esperança.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-44045681669709722172009-06-06T15:35:00.000-07:002009-06-06T15:40:10.957-07:00Perfeição - Composição: Renato Russo (legião urbana)Vamos celebrar a estupidez humana<br />A estupidez de todas as nações<br />O meu país e sua corja de assassinos<br />Covardes, estupradores e ladrões<br />Vamos celebrar a estupidez do povo<br />Nossa polícia e televisão<br />Vamos celebrar nosso governo<br />E nosso estado, que não é nação<br />Celebrar a juventude sem escola<br />As crianças mortas<br />Celebrar nossa desunião<br />Vamos celebrar eros e thanatos<br />Persephone e hades<br />Vamos celebrar nossa tristeza<br />Vamos celebrar nossa vaidade<br />Vamos comemorar como idiotas<br />A cada fevereiro e feriado<br />Todos os mortos nas estradas<br />Os mortos por falta de hospitais<br />Vamos celebrar nossa justiça<br />A ganância e difamação<br />Vamos celebrar os preconceitos<br />O voto dos analfabetos<br />Comemorar a água podre<br />E todos os impostos<br />Queimadas, mentiras e seqüestros<br />Nosso castelo de cartas marcadas<br />O trabalho escravo<br />Nosso pequeno universo<br />Toda hipocrisia e toda afetação<br />Todo roubo e toda indiferença<br />Vamos celebrar epidemias:<br />É a festa da torcida campeã<br />Vamos celebrar a fome<br />Não ter a quem ouvir<br />Não se ter a quem amar<br />Vamos alimentar o que é maldade<br />Vamos machucar o coração<br />Vamos celebrar nossa bandeira<br />Nosso passado de absurdos gloriosos<br />Tudo o que é gratuito e feio<br />Tudo o que é normal<br />Vamos cantar juntos o hino nacional(a lágrima é verdadeira)<br />Vamos celebrar nossa saudade<br />E comemorar a nossa solidão<br />Vamos festejar a inveja<br />A intolerância e a incompreensão<br />Vamos festejar a violência<br />E esquecer a nossa gente<br />Que trabalhou honestamente a vida inteira<br />E agora não tem mais direito a nada<br />Vamos celebrar a aberração<br />De toda a nossa falta de bom senso<br />Nosso descaso por educação<br />Vamos celebrar o horror<br />De tudo isso - com festa, velório e caixão<br />Está tudo morto e enterrado agora<br />Já que também não podemos celebrar<br />A estupidez de quem cantou esta canção<br />Venha meu coração está com pressa<br />Quando a esperança está dispersa<br />Só a verdade me liberta<br />Chega de maldade e ilusão<br />Venha, o amor tem sempre a porta aberta<br />E vem chegando a primavera<br />Nosso futuro recomeça:<br />Venha, que o que vem é perfeição.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-26073794410424737722009-06-01T12:26:00.000-07:002009-06-01T12:28:55.799-07:00Encontro das Águas - Jorge Vercilo<p>Sem que...rer te perdi tentando te encontrar</p><p>por te amar demais sofri, amor me senti traído e traidor</p><p>Fui cru...el sem saber que entre o bem e o mal </p><p>Deus criou um laço forte, um nó e quem viverá um la do só?</p><p>A paixão veio assim afluente sem fim rio que não deságua </p><p>Aprendi com a dor nada mais é o amor que o encontro das águas</p><p>Esse amor</p><p>hoje vai pra nunca mais voltar</p><p>como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar </p><p>Qual de nósfoi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz, quis chorar, mas conseguiu sorrir?</p><p>Quem eu sou pra querer</p><p>Entender</p><p>O amor</p><div align="justify"></div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-27980795115810734572009-05-07T15:01:00.001-07:002009-05-07T15:01:48.507-07:00A DURA QUE FOI DITA, BRANDAPor Thaís Sabino<br />O editorial “Limites a Chávez”, do jornal Folha de S. Paulo, no dia 17 de fevereiro gerou uma série de críticas. Feito um resgate infeliz das palavras do militar chileno Augusto Pinochet, o texto usou o termo “ditabranda” para se referir ao regime militar brasileiro.<br />Desde a publicação, o jornal recebeu dezenas de cartas sobre o assunto, foi alvo de críticas em blogs e comunidades do Orkut e, ainda, o editorial foi assunto de uma entrevista da socióloga Maria Victória Benevides à revista Carta Capital. Na matéria ela questiona a posição do jornal pelo uso do termo e crítica o tratamento da Folha com os que se manifestaram contra a expressão.<br />A nota da redação do jornal em reposta a uma das cartas, publicada no dia 20 de fevereiro, serviu para aumentar ainda mais a tensão. Abaixo do texto do professor Fábio Konder Comparato que dizia que o autor e diretor do jornal “deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo”, a nota julgava como cínica e mentirosa a indignação do professor e da socióloga Maria Victória Benevides.<br />Em entrevista, Comparato diz que considera a defesa do termo “ditabranda” pelo jornal um “tiro no pé”. “Uma história que os Frias queriam manter guardada, agora veio à tona”, explica. A afirmação se refere à suposta ligação do jornal com o regime militar e colaboração com veículos para o transporte dos presos políticos. Ele lembra do editorial publicado em 1971, que declarava apoio do jornal à ditadura:<br />“... um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, ...”, publicado dia 22 de setembro de 1971.<br />Comparato era assinante há 40 anos da Folha de S. Paulo, “Agora não assino mais nada”, conta a decisão tomada após ser insultado pelo jornal. Esse episódio ainda gerou um manifesto de repúdio à maneira como a Folha se refere à Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato, assinado, até então, por sete mil pessoas.<br />Dias depois, a Folha publicou uma coluna do Fernando de Barros e Silva e uma do Marcos Nobre recriminando o editorial. Ao ser questionado sobre a intenção de amenizar as críticas com as duas publicações, o Ombudsman da Folha Carlos Eduardo Lins da Silva diz que não pode responder pelo jornal, nem sobre suas intenções. “Eu não trabalho na redação e meus contatos com ela são mínimos”, explica.<br />Em relação ao termo “ditabranda”, “Como eu ocupo a posição de Ombudsman, não posso me pronunciar publicamente”, afirma Carlos Eduardo Lins, mas confessa que a resposta da redação a dois leitores foi inconveniente.<br />Em protesto à falta de espaço que a mídia ofereceu para o assunto, Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem Mídia, propôs uma manifestação em frente ao prédio da Folha, no sábado, 7 de março.<br />“Até agora a voz que tem permanecido é dos defensores da ditadura, os ex-presos que sabem o que aconteceu não tem chance nos jornais, por isso vamos lá na porta falar por eles”, declara o presidente.<br />O movimento surgiu em outubro de 2007. Segundo Eduardo, ele criou o Movimento dos Sem Mídia, pois sente que falta a voz da população na grande imprensa. “Como os sem terra, somos os sem mídia”, explica.<br />Criador, também, do blog Cidadania, apesar de ser representante comercial, Eduardo considera seu trabalho na comunicação uma obrigação com a sociedade. E foi lá que ele sugeriu a idéia da manifestação, que logo ganhou adeptos. “Dizer que a ditadura foi branda é um crime”, afirma.<br />Manifestação<br />A manifestação de 7 de março reuniu aproximadamente 300 pessoas em frente ao prédio do jornal Folha de S. Paulo. Estavam presentes ex-presos políticos, sindicatos, membros da Universidade de São Paulo (USP) e da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), e pessoas indignadas com a atitude da Folha.<br />Os banners com fotos dos assassinados pelo regime militar e placas reivindicando o pedido de desculpas da Folha chocavam os passantes do local. A manifestação foi marcada por relatos cheios de emoção.<br />Ivan Seixas, ex-preso político, declarou que a Folha de S. Paulo colocou todo o seu jornal à disposição do DOI-CODI, “A Folha de S. Paulo ofereceu carros para transportar os presos”. Ele ainda afirmou que o Otavio Frias Filho quer trazer de volta a ditadura, porém, desta vez, com a Folha de S. Paulo no controle.<br />“Para nós que tivemos nossas companheiras estupradas, nossos amigos assassinados, dizer que foi uma ‘ditabranda’ é inaceitável”, protesta.O representante da Intersindical dos Trabalhadores, Toshio Kawamura, fez um homenagem a todos os seus amigos que morreram por conta do regime militar. Ao chamar o nome dos seus companheiros, Toshio se emocionou e convidou outros presentes a clamar por seus amigos assassinados.<br />Em entrevista, Alípio Freire, também ex-preso político, disse que a manifestação é importante, principalmente, para os mais jovens, pois como eles não viveram naquela época, os depoimentos das pessoas presentes dão outro olhar sobre o que foi a ditadura no Brasil.<br />No domingo, (08/03), a Folha publicou que foi um erro utilizar o termo “ditabranda” para se referir à ditadura brasileira: “O termo tem uma conotação leviana que não se presta à gravidade do assunto”. O texto, escrito por Otavio Frias Filho, assume que a resposta aos professores Fábio Comparato e Maria Victória Benevides foi ríspida, porém, motivada pela insinuação de que os responsáveis pelo editorial deveriam se ajoelhar e pedir perdão em praça pública.<br />A expressão equivocada do editorial serviu para demonstrar que as atrocidades praticadas pela ditadura ainda estão vivas na memória de muita gente, inclusive o papel da Folha de S. Paulo naquele período.<br />*****<br />Thaís Sabino é estudante de Jornalismo.Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-90497954193365609192009-03-29T12:55:00.000-07:002009-03-29T13:06:48.259-07:00Literatura<p>Há muito tempo atraz, na pré-história surge à escrita. Povos de culturas diferentes em diferentes lugares descobrindo que podem deixar suas marcas (mesmo não sabendo que esta deixando um bem histórico para a humanidade). A partir dessa descoberta foram surgindo textos junto deles a literatura, mas por ter sido a muitos anos antes de Cristo, vários textos foram se perdendo e foram aparecendo também artistas que fizeram valer a arte de escrever fazendo obras que ate hoje são reconhecidas.</p><p>A literatura é uma manifestação artística, onde o artista capta a realidade através de seus sentimentos. A literatura brasileira é muito rica, temos grandes nomes como Machado de Assis, Jorge Amado, Paulo Coelho e outros. Machado nos mostra o romantismo com um ar de ironia que abusa da narração em primeira pessoa para criar certo humor e nos faz viajar sem mesmo sair do lugar. Jorge é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta, Gabriela e Tereza Batista, Dona Flor e Seus Dois Maridos são criações suas, além disso é conterrâneo do povo baiano. Paulo Coelho o escritor brasileiro mais famoso, ele nos fascina com histórias de aventuras que envolvem misterios da vida.</p><p>Espera-se que a nova geração de jovens prossiga com uma literatura rica e moderna para que esse ritual histórico não se perca com o tempo.</p>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-82397211989422324652009-03-24T15:49:00.000-07:002009-03-24T16:00:23.487-07:00Mais um na multidão<em>por: Tribalista</em><br /><br />Guarde segredo que te quero<br />e conte so os seus pra mim<br />faça de mim o seu brinquedo<br />você é meu enrredo vem pra cá<br /><br />te querote espero<br />não não vai passar<br />o amor não falta está<br /><br />você pensa em mim<br />eu penso em você<br />eu tento dormir<br />você tenta esquecer<br />longe do seu ninho meu andar caminho<br />deixo onde passo meus pés no chao<br />só mais um na multidão<br /><br />o mar de sol no leito do lar<br />e nem um rio pode apagar<br />o amor e fogo e ferve queimando<br />estou ferido agora eu sigo te amando<br />voce pode acreditar<br /><br />a mesma carta o mesmo verbo<br />em sonho só viver pra ti<br />quem tem a chave do misterio<br />não teme tanto medo de amar<br /><br />me cegote enchergo<br />não não vai passar<br />o amor não falta está<br /><br />te quero<br />te espero<br />não não vai passar<br />o amor não falta está<br /><br />voce pensa em mim<br />eu penso em você<br />eu tento dormir<br />voce tenta esquecer<br />longe do seu ninho<br />meu andar caminho<br />deixo o óbvio faço os meus pés no chão<br />sou mais um na multidãoRaahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-52027393607351610342009-03-19T16:27:00.000-07:002009-03-19T16:29:17.076-07:00Minha DesgraçaMinha desgraça, não, não é ser poeta,<br />Nem na terra de amor não ter um eco,<br />E meu anjo de Deus,<br />o meu planeta<br />Tratar-me como trata-se um boneco….<br />Não é andar de cotovelos rotos,<br />Ter duro como pedra o travesseiro….<br />Eu sei….<br />O mundo é um lodaçal perdido<br />Cujo sol (quem me dera!) é o dinheiro….<br />Minha desgraça, ó cândida donzela,<br />O que faz que o meu peito assim blasfema,<br />É ter para escrever todo um poema,<br />E não ter um vintém para uma vela.<span> </span><br /><span></span><br /><span><span style="font-size:85%;">Álvares de Azevedo</span></span><span></span>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-29838821356957102672009-03-17T15:23:00.000-07:002009-03-17T15:29:15.216-07:00Tu Tens um Medo<p>Acabar.</p><p>Não vês que acabas todo o dia.</p><p>Que morres no amor.</p><p>Na tristeza.</p><p>Na dúvida.</p><p>No desejo.</p><p>Que te renovas todo dia.</p><p>No amor.</p><p>Na tristeza</p><p>Na dúvida.</p><p>No desejo.</p><p>Que és sempre outro.</p><p>Que és sempre o mesmo.</p><p>Que morrerás por idades imensas.</p><p>Até não teres medo de morrer.</p><p>E então serás eterno.</p><p>Não ames como os homens amam.</p><p>Não ames com amor.</p><p>Ama sem amor.</p><p>Ama sem querer.</p><p>Ama sem sentir.</p><p>Ama como se fosses outro.</p><p>Como se fosses amar.</p><p>Sem esperar.</p><p>Tão separado do que ama, em ti,</p><p>Que não te inquiete</p><p>Se o amor leva à felicidade,</p><p>Se leva à morte,</p><p>Se leva a algum destino.</p><p>Se te leva.</p><p>E se vai, ele mesmo...</p><p>Não faças de ti</p><p>Um sonho a realizar.</p><p>Vai.</p><p>Sem caminho marcado.</p><p>Tu és o de todos os caminhos.</p><p>Sê apenas uma presença.</p><p>Invisível presença silenciosa.</p><p>Todas as coisas esperam a luz,</p><p>Sem dizerem que a esperam.</p><p>Sem saberem que existe.</p><p>Todas as coisas esperarão por ti,</p><p>Sem te falarem.</p><p>Sem lhes falares.</p><p>Sê o que renuncia</p><p>Altamente:</p><p>Sem tristeza da tua renúncia!</p><p>Sem orgulho da tua renúncia!</p><p>Abre as tuas mãos sobre o infinito.</p><p>E não deixes ficar de ti</p><p>Nem esse último gesto!</p><p>O que tu viste amargo,</p><p>Doloroso,</p><p>Difícil,</p><p>O que tu viste inútil</p><p>Foi o que viram os teus olhos</p><p>Humanos,</p><p>Esquecidos...</p><p>Enganados...</p><p>No momento da tua renúncia</p><p>Estende sobre a vida</p><p>Os teus olhos</p><p>E tu verás o que vias:</p><p>Mas tu verás melhor...... </p><p>E tudo que era efêmerose desfez.</p><p>E ficaste só tu, que é eterno.</p><p><br /><em>Cecília Meireles</em> </p>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-87329504673359030322009-03-16T10:15:00.001-07:002009-03-16T10:15:36.895-07:00Canção<strong>Canção</strong><br /><br />Pus meu sonho num navio<br />e o navio em cima do mar;<br />- depois, abri o mar com as mãos,<br />para meu sonho naufragar.<br /><br />Minhas mãos ainda estão molhadas<br />do azul das ondas entreabertas,<br />e a cor que escorre de meus dedos<br />colore as areias desertas.<br /><br />O vento vem vindo de longe,<br />a noite se curva de frio;<br />debaixo da água vai morrendo<br />meu sonho, dentro de um navio...<br /><br />Chorarei quanto for preciso,<br />para fazer com que o mar cresça,<br />e meu navio chegue ao fundo<br />e meu sonho desapareça.<br /><br />Depois, tudo estará perfeito;<br />praia lisa, águas coordenadas,<br />meus olhos secos como pedras<br />e minhas duas mãos quebradas.<br /> <br /> <em>Cecília Meirelles</em>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-91769593791514716892009-03-13T14:21:00.000-07:002009-03-13T14:51:12.456-07:00---<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0R_rOVOXXKPhIVliBJ213oQA1ZemoJE-JtT6McN6td-1Sf2pu9fKE56fw8Frs6yiPa7axoUGJZPNwQZLz9hK41wGYyij1QEblJGi6pAJ38jiXuQT7p8yJSMhtVI-YLFQB8CrnHHR2wf2w/s1600-h/ATgAAACwAio3C_rT0Wbhn9R2zjkGN2z3eLmRkIsTQWvp6f6CnRxiGHgHjDu88slfXDacbrKnM3LE8ejBA8oXKJEi95ArAJtU9VAi4YzHOD06PTJBewzJd1Ohgh6QNA.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5312787342313050194" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 240px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0R_rOVOXXKPhIVliBJ213oQA1ZemoJE-JtT6McN6td-1Sf2pu9fKE56fw8Frs6yiPa7axoUGJZPNwQZLz9hK41wGYyij1QEblJGi6pAJ38jiXuQT7p8yJSMhtVI-YLFQB8CrnHHR2wf2w/s320/ATgAAACwAio3C_rT0Wbhn9R2zjkGN2z3eLmRkIsTQWvp6f6CnRxiGHgHjDu88slfXDacbrKnM3LE8ejBA8oXKJEi95ArAJtU9VAi4YzHOD06PTJBewzJd1Ohgh6QNA.jpg" border="0" /></a><br /><div>Vida</div><br /><div>Já perdoei erros quase imperdoáveis,tentei substituir pessoas insubstituíveise esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso,já me decepcionei com pessoas que eu nunca pensei que iriam me decepcionar,mas também já decepcionei alguém. Já abracei pra proteger,já dei risada quando não podia,fiz amigos eternos,e amigos que eu nunca mais vi. Amei e fui amado,mas também já fui rejeitado,fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade,já vivi de amor e fiz juras eternas,e quebrei a cara muitas vezes! Já chorei ouvindo música e vendo fotos,já liguei só para escutar uma voz,me apaixonei por um sorriso,já pensei que fosse morrer de tanta saudadee tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo). Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida.E você também não deveria passar!Viva!! Bom mesmo é ir à luta com determinação,abraçar a vida com paixão,perder com classee vencer com ousadia,porque o mundo pertence a quem se atrevee a vida é "muito" para ser insignificante<span style="font-size:0;">.</span></div><div><span style="font-size:85%;"><em>Augusto Branco</em></span></div><div><span style="font-size:85%;"><br /><strong>ps: caaara eu AMEI esse poema , ele fala da vida de uma maneira tão tocante*---*</strong></span></div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5389206372900797029.post-61676786689443347492009-03-12T11:19:00.000-07:002009-03-12T12:08:38.450-07:00<div align="left"> <strong> Propósito</strong></div><div align="left">por <span><em>Machado de Assis</em></span></div><div align="left"> </div><div align="left">A temperatura literária está abaixo de zero. Este clima tropical, que tanto aquece as imaginações, e faz brotar poetas, quase como faz brotar as flores, por um fenômeno, aliás explicável, torna preguiçosos os espíritos, e nulo o movimento intelectual. Os livros que aparecem são raros, distanciados, nem sempre dignos de exame da crítica. Há decerto exceções tão esplêndidas quanto raras, e por isso mesmo mal compreendidas do presente, graças à ausência de uma opinião. Até onde irá uma situação semelhante, ninguém pode dizê-lo, mas os meios de iniciar a reforma, esses parecem-nos claros e símplices, e para achar o remédio basta indicar a natureza do mal.<br />A nosso ver, há duas razões principais desta situação: uma de ordem material, outra de ordem intelectual. A primeira, que se refere à impressão dos livros, impressão cara, e de nenhum lucro pecuniário, prende-se inteiramente à segunda que é a falta de gosto formado no espírito público. Com efeito, quando aparece entre nós essa planta exótica chamada editor, se os escritores conseguem encarregá-lo, por meio de um contrato, da impressão das suas obras, é claro que o editor não pode oferecer vantagem aos poetas, pela simples razão de que a venda do livro é problemática e difícil. A opinião que devia sustentar o livro, dar-lhe voga, coroá-lo enfim no Capitólio moderno, essa, como os heróis de Tácito, brilha pela ausência. Há um círculo limitado de leitores; a concorrência é quase nula, e os livros aparecem e morrem nas livrarias. Não dizemos que isso aconteça com todos os livros, nem com todos os autores, mas a regra geral é essa.<br />Se a ausência de uma opinião literária torna difícil a publicação dos livros, não é esse o menor dos seus inconvenientes; há outro, de maior alcance, porque é de futuro: é o cansaço que se apodera dos escritores, na luta entre a vocação e a indiferença. Daqui se pode concluir que o homem que trabalha, apesar de tais obstáculos, merece duas vezes as bênçãos das musas Um exemplo: apareceu há meses um livro primoroso, uma obra selada por um verdadeiro talento, aliás conhecido e celebrado. Iracema foi lida, foi apreciada mas não encontrou o agasalho que uma obra daquelas merecia. Se alguma vez se falou na imprensa a respeito dela, mais detidamente, foi para deprimi-la; e isso na própria província que o poeta escolhe para teatro do seu romance. Houve na Corte, quem se ocupasse igualmente com o livro, mas a apreciação do escritor, reduzida a uma opinião isolada, não foi suficiente para encaminhar a opinião, e promover as palmas a que o autor tinha incontestável direito. Ora, se depois desta prova, o Sr. Conselheiro José de Alencar atirasse a sua pena a um canto, e se limitasse a servir ao país no cargo público que ocupa, é triste dizê-lo, mas nós cremos que a sua abstenção estava justificada. Felizmente, o autor d'O Guarani é uma dessas organizações raras que acham no trabalho sua própria recompensa, e lutam menos pelo presente, do que pelo futuro, Iracema, como obra do futuro, há de viver, e temos fé de que será lida e apreciada, mesmo quando muitas das obras que estão hoje em voga, servirem apenas para a crônica bibliográfica de algum antiquário paciente.<br />A fundação da Arcádia Fluminense foi excelente num sentido: não cremos que ela se propusesse a dirigir o gosto, mas o seu fim decerto que foi estabelecer a convivência literária, como trabalho preliminar para obra de maior extensão. Nem se cuide que esse intento é de mínimo valor: a convivência dos homens de letras, levados por nobres estímulos, pode promover ativamente o movimento intelectual; a Arcádia já nos deu algumas produções de merecimento incontestável, e se não naufragar, como todas as cousas boas do nosso país, pode-se esperar que ela contribua para levantar os espíritos do marasmo em que estão.<br />Qual o remédio para este mal que nos assoberba, este mal de que só podem triunfar as vocações enérgicas e ao qual tantos talentos sucumbem? O remédio já tivemos ocasião de indicá-lo em um artigo que apareceu nesta mesma folha: o remédio é a crítica. Desde que, entre o poeta e o leitor, aparecer a reflexão madura da crítica, encarregada de aprofundar as concepções do poeta para as comunicar ao espírito do leitor; desde que uma crítica conscienciosa e artista, guiar a um tempo, a musa no seu trabalho, e o leitor na sua escolha, a opinião começará a formar-se, e o amor das letras virá naturalmente com a opinião. Nesse dia os cometimentos ilegítimos não serão tão fáceis; as obras medíocres não poderão resistir por muito tempo; o poeta, em vez de acompanhar o gosto mal formado, olhará mais seriamente para sua arte; a arte não será uma distração, mas uma profissão, alta, séria, nobre, guiada por vivos estímulos; finalmente, o que é hoje exceção, será amanhã uma regra geral.<br />Os que não conhecerem de perto o autor destas linhas, vão naturalmente atribuir-lhe, depois desta exposição, uma intenção imodesta que ele não tem. Não, o lugar vago da crítica não se preenche facilmente, não basta ter mostrado algum -amor pelas letras para exercer a tarefa difícil de guiar a opinião e as musas nem essa tarefa pode ser desempenhada por um só homem; e as eminentes e raras qualidades do crítico, são de si tão difíceis de encontrar, que eu não sei se temos no Império meia dúzia de pensadores próprios para esse mister.<br />Assim que, estas semanas literárias não passam de revistas bibliográficas; seguramente que nos não limitaremos a noticiar livros, sem exame, sem estudo; mas daí a exercer influência no gosto, e a pôr em ação os elementos da arte, vai uma distância infinita. Se os livros, porém, são poucos, se raro aparecem as vocações legítimas, como, preencher esta tarefa? A esta pergunta dos nossos leitores temos uma resposta fácil. Se as publicações não são freqüentes, há obras na estante nacional, que podem nos dias de carência ocupar a atenção do cronista; e é assim, por exemplo, que uma das primeiras, obras de que nos ocuparemos será a Iracema do Sr. José de Alencar. Antes, porém, de trazer para estas colunas a irmã mais moça de Moema e de Lindóia, tão formosa, como elas, e como elas tão nacional, diremos alguma cousa do último romance do Sr. Dr. Macedo, O Culto do Dever, que acaba de ser publicado em volume. A próxima revista será consagrada ao livro do autor d'A Moreninha, que no meio das suas preocupações políticas, não se esquece das musas. Mas que fruto nos traz ele da sua última excursão ao Parnaso? É o que veremos na próxima semana.</div>Raahhttp://www.blogger.com/profile/10227115972790088423noreply@blogger.com0