sexta-feira, 19 de junho de 2009

Questões citadas em sala


O que é parágrafo?
É uma unidade de discurso construída por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos.

Como me utilizar de vírgulas?
A vírgula deve ser usada para separar sujeitos, verbos, complementos ou circunstancias que não estejam ligadas por conjunção.

Como me utilizar de ponto?
É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas. Também é utilizado em abreviaturas.
Como me utilizar de ponto e vírgula?
O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que o ponto final. Empregadas em: itens de uma enumeração, aumento da pausa antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia -, e substituir a vírgula.

O que é aposto?
É uma palavra ou expressão que explica ou que se relaciona com um termo anterior com a finalidade de esclarecer, explicar ou detalhar melhor esse termo.

O que é adjunto adverbial deslocado?
É um termo da oração que se liga ao verbo, ao adjetivo ou ao advérbio.

O que é morfologia; sintaxe; fonética?
Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. Sintaxe é a parte da lingüística que estuda a disposição das palavras na frase e da frase no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Fonética estuda os sons emitidos pelos seres humanos para efetivar a comunicação.

Há erro em: “Isto é para mim fazer?”?
Quando tem verbo no final da frase o certo é usar “eu”. “Mim” nunca deve estar no meio da frase e sim no final.

O que é “nome” em gramática?
Um nome é qualquer palavra passível de sofrer um tipo de declinação denominado flexão nominal.

O que é pronome?
Pronome é classe de palavra que acompanha ou representa o substantivo, serve para apontar uma das três pessoas do discurso ou situá-lo no espaço e no tempo.

Para que serve os pronomes do caso reto e do caso obliquo?
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito. Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de complemento verbal, ou seja, objeto direto ou objeto indireto.

O que é gramática prescritiva?
As gramáticas prescritivas ou normativas são manuais que ditam as regras lingüísticas da variedade-padrão de uma língua.

O que é gramática descritiva?
A gramática descritiva é uma gramática que se propõe a descrever as regras de como uma língua é realmente falada, a despeito do que a gramática normativa prescreve como "correta”.

O que é projeto NURC?
Norma Urbana Culta, que tem como objetivo de documentar e descrever a norma objetiva do português culto falado em cinco capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.

O que é em gramática, figura de linguagem?
Figuras de linguagem são estratégias literárias que um escritor pode aplicar em determinado texto com o objetivo de fazer um efeito determinado na interpretação do leitor, são formas de expressão que caracterizam formas globais no texto.

O que é metáfora?
Metáfora é uma figura de estilo , em que há a substituição de um termo por outro, criando-se uma dualidade de significado.

O que é símile?
Retórica Comparação ou confronto que se estabelece entre dois seres ou fatos em que o espírito percebe alguma relação de similaridade; comparação.

O que é aliteração?
Aliteração é uma figura de linguagem que consiste em repetir sons de vogais verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas.

O que é assonância?
Repetição dos mesmos sons vocálicos, em situação de sílaba tónica.

O que é onomatopéia?
Onomatopéia é uma figura de linguagem na qual se imita um som com um fonema ou palavra.

O que é paráfrase?
Paráfrase consiste em, reescrever com suas palavras as idéias centrais de um texto.

O que é parodia?
A Paródia é uma imitação, na maioria das vezes cômica, de uma composição literária, sendo portanto, uma imitação que geralmente possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche.





A Baposa e o Rode

Millôr Fernandes
Por um asino do destar, uma rapiu caosa, certo dia, num pundo profoço, do quir não consegual saiu. Um rode, passi por alando, algois tum depempo e vosa a rapendo foi mordade pela curiosidido. "Comosa rapadre" -- perguntou -- "que ê que vocé esti faza aendo?". "Voção entê são nabe?" respondosa a mapreira rateu. "Vem aí a mais terrêca sível de tôda a histeste do nordória. Salti aquei no foço dêste pundo e guardarar a ei que brotágua sim pra mó. Mas, se vocér quisê, como e mau compedre, per me fazia companhode". Sem pensezes duas var, o bem saltode tambou no pundo do foço. A rapaente imediatamosa trepostas nas coulhes, apoifre num dos xides do bou-se e salfoço tora do fou, gritando: "Adrade, compeus".
MORAL: Jamie confais em quá estade em dificuldém.

Poesia concretista

E X T O R S Ã O M E D I A N T E S E Q U E S T R O
T R Á F I C O D E E N T O R P E C E N T E S
P R O S T I T U I Ç Ã O I N F A N T I L
L A V A G E M D E D I N H E I R O
H O M I C Í D I O D O L O S O
C O N T R A B A N D O
I M P U N I D A D E
C O R R U P Ç Ã O
E D U C A Ç Ã O
Victor Az.

~ NURC - Norma Urbana Culta.

cFundação
O Projeto da Norma Lingüística Urbana Culta foi criado, em âmbito nacional, em 1969, com a indicação dos coordenadores para as cinco cidades em que se desenvolveria o projeto, selecionadas de acordo com os seguintes critérios: ter pelo menos um milhão de habitantes e estratificação social suficiente para atender às exigências do projeto. A coordenação do projeto no Recife coube ao professor José Brasileiro Tenório Vilanova, titular de Língua Portuguesa na Universidade Federal de Pernambuco. No Recife, os trabalhos começaram oficialmente em 1971, com a seguinte equipe: Amara Cristina de Barros e Silva Botelho, Adair Pimentel Palácio, Edileuza dos Santos Dourado, Eneida Martins de Oliveira, Glécia Benvindo Cruz, José Ricardo Paes Barreto, Maria Núbia da Câmara Borges e Maria da Piedade Moreira de Sá. O Projeto NURC se insere na linha de pesquisa “Análise Sócio-Pragmática do Discurso, do PPGLetras.

Objetivo
O Projeto de Estudo da Norma Lingüística Urbana Culta (Projeto NURC) tinha inicialmente o objetivo de documentar e descrever a norma objetiva do português culto falado em cinco capitais brasileiras: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. A partir de 1985, considerando as novas tendências de análise lingüística, ampliou-se o escopo do projeto, no sentido de abraçar outros aspectos, tais como: análise da conversação, análise da narrativa, análise sócio-pragmática do discurso e outros.

Infraestrutura
O NURC-RE funciona numa sala ampla, situada no prédio do Centro de Artes e Comunicação (CAC) com um pequeno acervo de livros, teses e dissertações, uma bancada com dois computadores ligados à internet e uma impressora multifuncional, além de dois gravadores de rolo (já bastante antigos). Possui um ambiente para reuniões de pesquisa e três pequenas salas para os pesquisadores. Embora modestos, os recursos são suficientes para que se possa ir levando adiante a pesquisa.

Pesquisadores atuais
•Ana Maria de Araújo Lima
•Dóris de Arruda Carneiro da Cunha
• Maria da Piedade Moreira de Sá
•Miguel José Alves de Oliveira Junior
•Rose Mary do Nascimento Fraga

Participação Discente (em fluxo contínuo)
Duas bolsistas de Iniciação Científica.

Repercussões

• Produção científica:
O NURC-RE já produziu grande número de trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais, além de publicações em anais de congresso, em livros e revistas científicas. O material coletado pelo Projeto tem sido utilizado em aulas da graduação e da pós-graduação em Letras. Já foram publicados dois volumes contendo amostras de entrevistas do tipo DID (diálogo entre informante e documentador), volume 1 e do tipo EF (elocução formal: aulas, palestras, etc.) volume 2. Essas publicações, bem como os registros sonoros fazem parte, atualmente, do acervo de algumas bibliotecas brasileiras e estrangeiras. O acervo do Projeto NURC-RE consta de 346 inquéritos, 417 informantes e aproximadamente 290 horas de gravação. Por fim, o material que constitui o acervo do NURC já serviu de corpus a teses de doutorado e dissertações de mestrado.

• Formação de Recursos Humanos
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo Projeto, sobretudo nos primeiros anos da pesquisa, para a concessão de bolsas pela PROPESQ e pelo CNPq, os bolsistas de aperfeiçoamento e de iniciação científica que já trabalharam no NURC-RE somam um total de aproximadamente 60 pesquisadores-estagiários, dos quais grande parte continuou seus estudos de pós-graduação em universidades brasileiras ou estrangeiras. Temos atualmente cinco ex-bolsistas doutores e quinze mestres, dos quais alguns já se encontram cursando o doutorado.

Principais Linhas de Pesquisa

1. Análise da Narrativa: estudo de narrativas inseridas na conversação (entrevistas), sob diferentes aspectos, tais como: organização interna, características e função, com especial atenção ao papel desempenhado pela avaliação, na terminologia de Labov. Observa-se como as narrativa se vinculam à ou se encaixam na conversação.

2. Análise Crítica do Discurso: Estudo dos aspectos discursivos e ideológicos presentes nas entrevistas (DID, D2, EF). São considerados também os aspectos argumentativos e pragmáticos, a intertextualidade e a organização interacional e sintática.

3. A metalinguagem na conversação: análise dos aspectos formais, discursivos, culturais e ideológicos da conversação. A metalinguagem será estudada como uma manifestação de intertextualidade, o que alarga o campo de abrangência do fenômeno e amplia o espectro de possibilidades de suas realizações e funções.

4. Relações intra-oracionais na conversação. Análise das funções textual-discursivas desempenhadas pela combinação das orações, no texto conversacional.

Projetos individuais em andamento
A metalinguagem na conversação: aspectos discursivos (Sá)
Aspectos pragmático-discursivos da narrativa (Sá)
A metalinguagem na conversação: aspectos formais (Lima)
A metalinguagem na conversação: aspectos ideológicos e culturais (Fraga)

domingo, 14 de junho de 2009

Millôr Fernandes

Discurso de Deus a Eva


"... Eva, de repente, descobrindo uma bela cascata, resolveu tomar um banho de rio. A criação inteira veio então espiar aquela coisa linda que ninguém conhecia. E quando Eva saiu do banho, toda molhada, naquele mundo inaugural, naquela manhã primeval, estava realmente tão maravilhosa que os anjos, arcanjos e querubins, ao verem a primeira mulher nua sobre a Terra, não se contiveram, começaram a bater palmas e a gritar, entusiasmados: "O AUTOR! O AUTOR! O AUTOR!".

"P.S. - Este discurso do Todo-Poderoso está sendo divulgado pela primeira vez em todos os tempos, aqui neste livro. Nunca foi publicado antes, nem mesmo pelo seu órgão oficial, A BÍBLIA."


"Minha cara,

eu te criei porque o mundo estava meio vazio, e o homem, solitário. O Paraíso era perfeito e, portanto, sem futuro. As árvores, ninguém para criticá-las; os jardins, ninguém para modificá-los; as cobras, ninguém para ouvi-las. Foi por isso que eu te fiz. Ele nem percebeu e custará os séculos para percebê-lo. É lento, o homenzinho. Mas, hás de compreender, foi a primeira criatura humana que fiz em toda a minha vida. Tive que usar argila, material precário, embora maleável. Já em ti usei a cartilagem de Adão, matéria mais difícil de trabalhar, mais teimosa, porém mais nobre. Caprichei em tuas cordas vocais, poderás falar mais, e mais suavemente. Teu corpo é mais bem acabado, mais liso, mais redondo, mais móvel, e nele coloquei alguns detalhes que, penso, vão fazer muito sucesso pelos tempos a fora. Olha Adão enquanto dorme; é teu. Ele pensara que és dele. Tu o dominarás sempre. Como escrava, como mãe, como mulher, concubina, vizinha, mulher do vizinho. Os deuses, meus descendentes; os profetas, meus public-relations, os legisladores, meus advogados; proibir-te-ão como luxúria, como adultério, como crime, e até como atentado ao pudor! Mas eles próprios não resistirão e chorarão como santos depois de pecarem contigo; como hereges, depois de, nos teus braços, negarem as próprias crenças; como traidores, depois de modificarem a Lei para servir-te. E tu, só de meneios, viverás.

Nasces sábia, na certeza de todos os teus recursos, enquanto o Homem, rude e primário, terá que se esforçar a vida inteira para adquirir um pouco de bens que depositará humildemente no teu leito. Vai! Quando perguntei a ele se queria uma Mulher, e lhe expliquei que era um prazer acima de todos os outros, ele perguntou se era um banho de rio ainda melhor. Eu ri. O homem e um simplório. Ou um cínico. Ainda não o entendi bem, eu que o fiz, imagina agora os seus semelhantes.

Olha, ele acorda. Vai. Dá-me um beijo e vai. Hmmmm, eu não pensava que fosse tão bom. Hmmmm, ótimol Vai, vai! Não é a mim que você deve tentar, menina! Vai, ele acorda. Vem vindo para cá. Olha a cara de espanto que faz. Sorri! Ah, eu vou me divertir muito nestes próximos séculos!"

Ps.: Nossa , o melhor texto de Millôr Fernandes que já li. Alem de muito poetico ele nos da um toque de humor com os deboches que ele faz ao homem. ADOREI *-*

terça-feira, 9 de junho de 2009

Oswaldo de Andrade

PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

sábado, 6 de junho de 2009

Glauco Mattoso

Decadente

Existe uma nobresa de declíneo
que só quem é maldito reconhece.
Tal como haver pecado numa prece
ou arte, como em Quincey, no assasínio.

Requinte e perversão é meu domínio.
O conde anão que até a sarjeta desce.
A cortesã que manda e que obecede.
O senador que explora o lenocínio.

Alcovas. Vinhos finos. Poesia.
Bocage, Botto e Piva à cabeceira.
Chamemos de luxuria a putaria!

Um tal contexto é a sopa pra quem queira
deita-lhe o mel da tara que lhe vicia:
sadomasoquismo na segueira.

Gregório de Matos

Segunda Impaciência Do Poeta

Cresce o desejo, falta o sofrimento,
Sofrendo morro, morro desejando,
Por uma, e outra parte estou penando
Sem poder dar alívio a meu tormento.
Se quero declarar meu pensamento,
Está-me um gesto grave acobardando,
E tenho por melhor morrer calando,
Que fiar-me de um néscio atrevimento.
Quem pretende alcançar, espera, e cala,
Porque quem temerário se abalança,
Muitas vezes o amor o desiguala.
Pois se aquele, que espera se alcança,
Quero ter por melhor morrer sem fala,
Que falando, perder toda esperança.

Perfeição - Composição: Renato Russo (legião urbana)

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado, que não é nação
Celebrar a juventude sem escola
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar eros e thanatos
Persephone e hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda hipocrisia e toda afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias:
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional(a lágrima é verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora
Já que também não podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção
Venha meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça:
Venha, que o que vem é perfeição.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Encontro das Águas - Jorge Vercilo

Sem que...rer te perdi tentando te encontrar

por te amar demais sofri, amor me senti traído e traidor

Fui cru...el sem saber que entre o bem e o mal

Deus criou um laço forte, um nó e quem viverá um la do só?

A paixão veio assim afluente sem fim rio que não deságua

Aprendi com a dor nada mais é o amor que o encontro das águas

Esse amor

hoje vai pra nunca mais voltar

como faz o velho pescador quando sabe que é a vez do mar

Qual de nósfoi buscar o que já viu partir, quis gritar, mas segurou a voz, quis chorar, mas conseguiu sorrir?

Quem eu sou pra querer

Entender

O amor